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As Nações Unidas abriram, nesta terça-feira (20), o debate geral da 77ª sessão da Assembleia Geral, na sede em Nova Iorque. O tema esse ano é “Um momento decisivo: soluções transformadoras para desafios interligados”.
O encontro pretende focar em soluções conjuntas para as crises atuais, como a pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia, o impacto das mudanças climáticas, e as crescentes ameaças à economia global.
União para superar desafios
Nesta entrevista à ONU News, o secretário-geral das Nações Unidas deu um depoimento em português sobre a importância do evento.
António Guterres afirmou que a Assembleia Geral acontece em um momento em que o mundo está dramaticamente dividido, com fraturas geopolíticas sem precedentes nas últimas décadas recentes.
Além disso, o chefe da ONU lembra que também enfrentamos terríveis desafios com as alterações climáticas, pandemias e uma enorme desigualdade, que condena mais gente à pobreza e à fome.
Assim, ele acredita que esta Assembleia Geral pode ser um momento de gerar consciência que as divisões têm que ser superadas e que é preciso que todos enfrentem juntos os enormes desafios pela frente, em diálogo, em cooperação e em solidariedade.
Brasil é o primeiro Estado-membro a discursar
Diferentemente das duas últimas edições, os discursos dos chefes de Estado serão feitos presencialmente.
O presidente da 77ª sessão do órgão, Csaba Korosi, abre os debates, seguido pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
Conforme a tradição, o Brasil é o primeiro país a falar. Em sua fala, Jair Messias Bolsonaro, disse que os desafios globais são um “divisor de águas” e faz parte da responsabilidade coletiva construir respostas. “Não é uma tarefa simples, mas não temos alternativa”, afirmou.
Para o presidente do Brasil, o esforço deve começar pelas políticas internas de cada país. Ele lembrou os esforços conjuntos feitos no país durante a fase crítica da pandemia de Covid-19.
O chefe de Estado também citou a questão energética no país, ressaltando que 84% da matriz elétrica do Brasil é renovável. Ele ainda lembrou que a guerra na Ucrânia tem feito muitos países recorrer a fontes sujas de energia, o que classificou de “grave retrocesso para o meio ambiente”.
O Brasol foi seguido este ano por Senegal. Geralmente, o segundo a discursar é o país anfitrião, Estados Unidos, mas desta vez, o presidente Joe Biden só assumirá a tribuna na quarta-feira.
Uma outra novidade será o discurso do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Ele foi o único orador autorizado, por uma votação na Assembleia Geral, a enviar um discurso pré-gravado.
Todos o debate geral pode ser acompanhado na página da ONU.
Fome, caos climático e guerra
Na semana passada, o secretário-geral da ONU, afirmou que o principal evento das Nações Unidas acontece num momento de “grande perigo”, em que as divisões geoestratégicas são as mais marcadas desde a Guerra Fria.
Falando a jornalistas, António Guterres avaliou que o mundo está “arruinado pela guerra, castigado pelo caos climático, marcado pelo ódio e envergonhado pela pobreza, fome e desigualdade”.
Além do debate geral, acompanhe na página da cobertura especial da Assembleia Geral, as discussões de alto nível sobre como transformar a educação, enfrentar a crise alimentar global, entre outros.