Benjamin Netanyahu foi eleito para assumir um quarto mandato como primeiro-ministro, após vencer as eleições da última terça-feira (1º). O bloco de partidos aliados a Netanyahu deve ficar com 65 dos 120 assentos no Knesset, uma maioria confortável, assegurada por sua aliança com a extrema-direita. Segundo a Comissão Central da Eleições, a participação foi de 66,3% dos eleitores. Um total de 6,8 milhões de israelenses estavam aptos a votar.
“Tenho experiência, participei de algumas eleições, devemos esperar os resultados definitivos. Mas o Likud está no bom caminho, estamos próximos de uma grande vitória”, declarou Netanyahu a seus partidários reunidos em Jerusalém.
A coalizão é composta pelo partido Likud, de Netanyahu, que obteve 32 cadeiras no parlamento; pelos partidos ultraortodoxos Shas e Judaísmo da Torá Unida, que obtiveram 11 e 8 cadeiras, respectivamente; e o partido de extrema-direita Sionismo Religioso, liderado por Bezalel Smotrich, que inclui a corrente Otzma Yehudit de Itamar Ben Gvir, que garantiu 14 assentos no parlamento israelense.
Ben Gvir é considerado o maior vitorioso da eleição, passando de líder de uma minoria a líder popular em um partido que representa cerca de 10% dos eleitores israelenses e obteve a terceira maior bancada.
Netanyahu é o premiê mais longevo da história do país. Esteve no comando de Israel de 1996 a 1999 e de 2009 a 2021, deixando o cargo em junho do ano passado por escândalos de corrupção, que deram abertura a três processos judiciais, que permanecem em curso.
A reeleição do premiê pode encerrar quatro anos de instabilidade política no país. Em 2018, o governo liderado por Netanyahu se desfez, abrindo caminho para dois turnos de eleições, em abril de 2019 e setembro de 2019, com alta abstenção e falta de uma coalizão majoritária, o que conduziu a um governo de unidade de curta duração, formado após uma terceira votação em março de 2020. No entanto, a ausência de um projeto de unidade levou o mandato ao colapso após menos de um ano.
No sistema proporcional israelense, as listas eleitorais devem obter pelo menos 3,25% dos votos para chegar ao Parlamento com um mínimo de quatro assentos. Abaixo deste limite, os partidos ficam sem representação. Isto põe em risco a representatividade dos partidos árabe-israelenses, que em 2020 se apresentaram sob uma lista única e obtiveram um resultado recorde de 15 assentos. Desta vez, os árbes-israelenses saíram dispersos em três chapas: Raam (islamita moderado), Balad (nacionalista), Hadash-Taal (laico) – e somente a última conseguiu ultrapassar a cláusula de barreira e eleger cinco parlamentares.
* Com informação de Brasil de Fato.
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