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Foi inaugurada na quarta-feira, dia 18 de dezembro, no saguão nobre da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, a exposição “Stefan Zweig, Autor Universal”. Trazida da Áustria e enriquecida com reproduções de peças originais guardadas pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e conteúdos da Casa Stefan Zweig (CSZ), a mostra inclui 24 paineis bilíngues e dez vitrines/mesas com documentos e vídeos sobre a obra e a vida do grande autor austríaco, que foi perseguido pelo nazismo e, posteriormente, acolhido pelo Brasil.
A exposição explora também os motivos deste sucesso e mostra como Zweig era um hábil construtor de redes de editores, tradutores e intelectuais, além de tentar responder à pergunta sobre as origens da força dos textos de Zweig em tantas traduções e adaptações para o palco e as telas. Até hoje, Stefan Zweig (1881-1942) é um dos autores austríacos mais publicados e lidos no mundo inteiro.
A parte austríaca dessa mesma mostra foi exibida em 2021 e 2022 no Museu de Literatura da Biblioteca Nacional Austríaca em Viena e ocorreu em cooperação com o Centro Stefan Zweig de Salzburgo e o Arquivo de Literatura de Salzburgo, com o apoio do Ministério da Cultura e do Ministério das Relações Exteriores.

No discurso de abertura, o Embaixador da Áustria no Brasil, Stefan Scholz, lembrou que Stefan Zweig passou 315 dias no Brasil, “o que fez dele um patriota em um país estrangeiro”. Scholz destacou também o trabalho da imperatriz da independência do Brasil, Dona Leopoldina, e a expedição científica austríaca de 17 anos “desencadearam um fascínio na sociedade austríaca pela flora, fauna e antropologia do Brasil e sua constituição liberal de 1824, que continua até hoje”.
“Isso se refletiu no fato de que a Áustria tinha 10 consulados no Brasil e apenas 3 nos EUA em meados do século XIX. Zweig associou explicitamente o termo “terra do futuro” ao compromisso do Brasil de construir uma sociedade na qual as pessoas pudessem viver juntas pacificamente, apesar de suas diferentes origens, cor da pele ou religião”, prosseguiu o Embaixador.
Como reiterado pelo diplomata austríaco, “ aprodutividade de Zweig foi enorme. Como um hábil mediador de seu próprio trabalho e um representante internacionalmente respeitado de uma cultura intelectual europeia que havia sido fundamentalmente abalada desde a Primeira Guerra Mundial, ele representava um ideal supranacional de humanidade baseado em realizações culturais extraordinárias”.
Scholz finalizou seu discurso agradecendo à Casa Stefan Zweig e especialmente à diretora Kristina Michahelles, sem a qual a exposição não teria sido possível; à Fundação da Biblioteca Nacional e a seu presidente Marco Americo Lucchesi, que tem sido um grande amigo da literatura austríaca expressionista e simbolista desde sua tradução do poeta austríaco Georg Trakl.
A exposição será aberta para o público a partir de 19/12, quinta-feira, com horário de visitação de 10h às 17h, de segunda a sexta-feira no Saguão nobre da Biblioteca Nacional (Av. Rio Branco 219, Cinelândia – Rio de Janeiro). A entrada é gratuita.
Fotos: Embaixada da Áustria