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De um lado, um país com oportunidades de negócios sustentáveis, de outro, o interesse em uma economia de baixo carbono. Empresários da Áustria se reuniram na segunda-feira (15) na Confederação Nacional da Indústria (CNI) para trocarem informações que possam fortalecer o comércio bilateral.
O ministro de Economia e Trabalho austríaco, Martin Kocher, liderou a comitiva de 36 representantes da Câmara Federal de Comércio, da Federação das Indústrias Austríacas e de empresas austríacas, nesta segunda-feira, 15. Entre os empresários estavam:
o representante do Aeroporto de Viena-Schwechat, maior aeroporto da Áustria e que quer estabelecer parcerias no Brasil, Markus Patscheider;
o CEO da Witersdorfer Holding GmbH, conglomerado industrial que lidera cinco setores de negócios, Michael Junghans;
o diretor geral da Andritz Hydro Brasil, fornecedor de equipamentos, automação e serviços, Dieter Hopf.
O governo e o setor privado do país europeu estão interessados em negócios nas áreas de tecnologias verdes, que incluem energia hidrelétrica, gerenciamento e reciclagem de resíduos, gerenciamento de água e tratamento de águas residuais, descarbonização e eficiência energética.
Há também oportunidades em mobilidade e infraestrutura, envolvendo transporte ferroviário, aviação civil, setor automotivo, teleféricos em áreas urbanas e turísticas, sistemas de gerenciamento de tráfego e combustíveis alternativos. Uma terceira frente é a de inovação e novas tecnologias, com foco especial em empresas em estágio inicial, empreendimentos emergentes e startups.
Confira aqui 3 (ou mais) números que demonstram esse potencial de intensificar o comércio bilateral:
1. O Brasil é o segundo maior parceiro comercial da Áustria na América Latina, atrás somente do México. Em 2023, o fluxo comercial entre os países totalizou US$ 1,4 bilhão.
2. Foram US$ 96,3 milhões em exportações pra Áustria ano passado, sendo 81% da indústria da transformação. As importações para o Brasil somaram US$ 1,31 bilhão, quase totalmente concentrado também na indústria de transformação
3. Em 2022, o Brasil foi o segundo maior produtor de biocombustível do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Já na tecnologia solar fotovoltaica, o Brasil está em 6º. Na energia hidráulica, o Brasil é 3º país com maior quantidade de empregos. Já na energia eólica, o Brasil é o 4º maior país em empregos.
Acordo Mercosul e União Europeia
Além dos negócios bilaterais nessas áreas, para a CNI é importante o apoio da indústria austríaca na conclusão do Acordo de Associação entre Mercosul e União Europeia, constituindo uma parceria birregional moderna que contribuirá para aumentar o comércio, favorecer os investimentos e incentivar a cooperação em diversas áreas.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi, vê oportunidades de projetos bilaterais para ampliar a parceria entre os dois países. “Temos oportunidades nas áreas de pesquisa oceânica, biodiversidade e soluções baseadas na natureza, infraestruturas de pesquisa, aviação sustentável, indústria sustentável, saúde e pesquisa espacial”, explica. A CNI vai propor um mecanismo de diálogo empresarial para intensificar negócios e a cooperação científica-tecnológica.
O ministro da Economia e do Trabalho da Áustria, Martin Kocher, virá ao Brasil para se reunir com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O objetivo da reunião é restabelecer o Comitê Econômico Conjunto Brasil-Áustria e assinar um memorando de entendimento (MOU, na sigla em inglês). No documento, são apresentadas como áreas prioritárias de cooperação: tecnologia verde; indústria, mobilidade e infraestrutura; inovação e novas tecnologias; e qualquer outra questão de interesse comum.
Fonte: Agência de Notícias da Indústria (CNI).