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Esta é a quinta edição do “Choix Goncourt du Brésil”, prêmio literário afiliado ao prestigioso Prix Goncourt francês. Alunos e professores de 16 universidades federais brasileiras trabalharam quatro obras de autores francófonos durante o último semestre, 12 delas participaram do processo de seleção.
O vencedor foi “Une somme humaine”, de Makenzy Orcel, obra ainda não lançada no Brasil.
Nascido em 1983 em um bairro pobre de Porto Príncipe, Haiti, Makenzy Orcel abandonou seus estudos em linguística para se dedicar inteiramente à literatura. Uma carreira sólida se apresenta com reconhecimento do público e da crítica. Seus livros trazem testemunhos de vida de personagens fortes, trazidos muitas vezes do pais natal.
“Une somme humaine” faz ecoar a voz de uma protagonista que chega até nós do além-túmulo. Ao mesmo tempo anônima e corporificada, é a voz de uma única mulher e de todas as mulheres. Ela relata uma infância que lhe foi roubada, uma adolescência dilacerada, uma vida e um destino destruídos.
Criada em um vilarejo provinciano repleto de fofocas e maledicências, negligenciada pelos pais, especialmente pela mãe, que preferia as rosas de seu jardim, ela encontrou pouco conforto em sua avó mais amorosa. Fugiu para Paris na esperança de levar uma vida livre dos fantasmas do passado. Lá, estudou literatura na Sorbonne, apaixonou-se por um homem que havia fugido da guerra no Mali e experimentou o mundo do trabalho, antes de finalmente sofrer a provação do abandono e se afundar em uma peregrinação irreversível.
A deslumbrante autobiografia da mulher morta de Makenzy Orcel é a segunda parte de uma trilogia que começou com L’Ombre animale. Nenhum dos dois livros foi ainda publicado no Brasil, cenário que pode mudar com o prêmio Choix Goncourt.
O livro de M. Orcel foi apresentado pelo júri durante o Congresso Pan-Americano de Professores de Francês, Sedrifrale, que este ano acontece em Brasília e reúne professores e estudiosos da língua francesa de todo o continente. Neste ano, o júri foi presidido pela escritora, jornalista e fotógrafa francesa Emilienne Malfatto, vencedora do Goncourt primeiro romance em 2021, por seu livro “Que por você se lamente o tigre”, publicado no Brasil pela editora Nós.
Goncourt – Referência entre os prêmios literários na França, o famoso Prix Goncourt tem edições brasileiras desde 2019. Criado para promover a literatura contemporânea francesa e incentivar a tradução. Concebido e coordenado pelos serviços cultural e educativo da Embaixada da França no Brasil, a edição brasileira funciona de modo transversal e participativo, e este ano envolveu 16 universidades parceiras *. O júri é composto por um estudante de 12 dessas universidades.
O título vencedor do prêmio será apresentado a editoras brasileiras para garantir uma tradução no país com apoio da Embaixada da França.
Universidades participantes: Universidade Federal do Ceará (UFCE), do Maranhão (UFMA), Fluminense (UFF), de Minas Gerais (UFMG), do Amazonas (UFAM), do Pará (UFPA), de Pernambuco (UFPE), de São Paulo (UNIFESP), de Santa Catarina (UFSC), do Paraná (UFPR), da Paraíba (UFPB), do Piauí (UFPI), de Juiz de Fora (UFJF) e de Campina Grande (UFCG), Universidade estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade de Brasília (UnB).
As informações são da Embaixada da França.