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De janeiro a setembro deste ano, o Japão recebeu mais de 17 milhões de turistas do exterior, faltando apenas 3.7% para atingir o patamar de 2019, pré-pandemia da Covid-19. Com o crescente fluxo de turistas chegando, o país se depara com um desafio e uma grande oportunidade
Avaliado como o país que apresenta as melhores condições para a recuperação do turismo pós-pandemia e de modo sustentável (segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial de 2022), o Japão vem se reorganizando para acolher turistas estrangeiros, que na maioria das vezes buscam as atrações japonesas mais conhecidas mundialmente. Em outubro, o Japão alcançou o primeiro lugar entre os 20 países preferidos como destino de viagem por leitores da publicação Condé Nast Traveller.
Para incentivar o turismo sustentável e receber mais visitantes, proporcionando a eles uma experiência positiva e inesquecível, o governo japonês está incentivando atividades culturais, de aventura e contato com a natureza em áreas menos movimentadas do Japão.
Roteiros “alternativos”
Desde o anúncio da isenção de visto* para brasileiros, a equipe da JNTO (Organização Nacional de Turismo Japonês) no Brasil vem atendendo mais pessoas com viagem marcada para o país asiático. Para ampliar as possibilidades turísticas, seus especialistas prepararam uma sugestão de rota que oferece experiências encantadoras, porém menos visitadas por turistas brasileiros. O itinerário pode ser percorrido em poucos dias e até mesmo antes ou depois do chamado “roteiro dourado”, composto pelos lugares mais famosos onde turistas costumam passar na primeira ida ao país.
É fundamental lembrar que a isenção de visto é válida para visitas de até 90 dias com propósito de turismo e algumas outras atividades (todas as condições estão descritas no site da Embaixada do Japão); e que alguns países com voos de conexão exigem visto.
Conhecendo o norte do Japão
Partindo da capital Tóquio na direção norte, o veloz e confortável trem-bala leva apenas uma hora e meia para chegar à cidade de Sendai, na província de Miyagi. De lá, troca-se de trem e em 40 minutos chega-se à Baía de Matsushima. Esse cenário espetacular formado por 260 ilhas pode ser explorado em vários passeios de barco e também em caminhadas por pontes feitas para pedestres.
Seguindo na direção norte, a província vizinha, Iwate é uma região abundante em atrações históricas, natureza e folclore. A cidade de Hiraizumi, por exemplo, preserva 3.000 tesouros nacionais, além de muitos templos e ruínas que estão na lista de patrimônios mundiais da UNESCO.
Outro destaque da província de Iwate é a cidade de Morioka, que foi selecionada pelo jornal norte-americano The New York Times como tendência de destino para se visitar em 2023. Morioka é uma cidade charmosa e pacata, ao mesmo tempo, palco de eventos nas quatro estações, como o Festival de Sansa, maior festival de tambor taiko do mundo (agosto), o Festival de Música de Ishigaki (setembro), o Festival de Neve de Iwate (fevereiro) e outros festivais folclóricos.
De Morioka à cidade de Aomori, na província de mesmo nome, leva cerca de uma hora e meia de trem-bala. Em mais 40 minutos, chega-se à Hirosaki. A cidade abriga castelos bem preservados, com destaque para o Castelo Hirosaki, um dos mais belos do Japão. No seu entorno, uma grande quantidade de cerejeiras exibem um espetáculo a mais na primavera.
A província de Aomori oferece outros atrativos interessantes, como a produção de maçãs, bastante apreciadas, inclusive em iguarias como a famosa torta de maçã; o Museu de Nebuta, na cidade de Aomori, onde ficam expostos os carros alegóricos que desfilam nos grandes festivais da região; o mercado de peixes de Furukawa; o Museu de Arte de Aomori; e o Aoni Onsen, uma fonte de águas termais que propicia grande relaxamento. Localizado em uma região remota, sem sinal de celular e sob iluminação de lampiões, o Aoni Onsen reúne as condições ideais para se desconectar. Vale observar que, como em muitos outros onsen, os banhistas lá não usam trajes para se banhar, pois seguem os costumes tradicionais.
Finalmente, mais uma hora de trem partindo de Aomori e chegamos ao destino final desse roteiro. Hakodate, na província de Hokkaido, é uma cidade portuária com paisagens de diferentes épocas. Aqui se mesclam influências ocidentais retrô, frutos do mar suculentos, sorvetes saborosos, aspectos da vida interiorana e vistas noturnas espetaculares. Passear no bairro histórico de Motomachi é viajar pelo tempo.
Uma dica preciosa para fãs de aventura e praticantes de trilha: na divisa entre as províncias de Aomori e Akita, encontra-se a exuberante cordilheira Shirakami Sanchi. Parte da cordilheira é considerada Patrimônio Natural Mundial da UNESCO, por abrigar uma floresta de faias centenárias (árvores de grande porte), desfiladeiros e cachoeiras, além dos lagos e lagoas que formam Juniko. Embora signifique “doze lagos” em japonês, o complexo Juniko tem 33 lagos e lagoas. A caminhada até lá será ainda mais gratificante, pois Aoike, a “lagoa azul”, oferece uma visão inesquecível com suas águas cristalinas.
SOBRE A JNTO
A JNTO – Organização Nacional do Turismo Japonês é um órgão governamental japonês com sede em Tóquio e 25 escritórios ao redor do mundo. A organização está envolvida em uma ampla variedade de atividades como a divulgação de informações turísticas e variadas campanhas voltadas para os consumidores em geral, companhias aéreas, agências e operadoras de turismo para incentivar turistas internacionais de todo o mundo a visitar o Japão.
A JNTO presta consultoria em vendas de pacotes turísticos, sugestões e assistência na criação de itinerários para o Japão, e incentiva associações acadêmicas e industriais a realizar congressos no Japão, além de promovê-lo para as pessoas interessadas. Além disso, publica regularmente estatísticas de turismo e relatórios de mercado.
As informações são da JNTO – Organização Nacional do Turismo Japonês.