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O Dr. Sultan bin Ahmed Al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados e presidente da COP28, disse aos presidentes dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo que “precisamos de mais ambição, precisamos de trilhões e não de bilhões” para resolver o financiamento climático.
Falando em uma reunião virtual, com a presença de presidentes de 9 bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês) e do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Dr. Al Jaber afirmou que “abordar o financiamento climático é uma pedra angular da Agenda de Ação da COP28.” E salientou aos MDBs que eles já fizeram um “bom progresso” na reforma, incluindo um endosso pelos acionistas de uma nova visão para o Banco Mundial: criar um mundo livre da pobreza em um planeta habitável.
Porém, faltando menos de um mês para o início da COP28, agora é o momento de mostrar “mais ambição, precisamos de trilhões, não de bilhões. Estamos pressionando os acionistas para que recapitalizem adequadamente os MDBs, mas também precisamos que os MDBs façam melhor”, declarou.
O presidente da COP28 delineou seus principais pedidos antes da COP28. Os MDBs devem trabalhar por meio de plataformas nacionais, revisar as metas de financiamento climático para os próximos anos e reduzir o risco para o setor privado. Os bancos multilaterais de desenvolvimento devem desempenhar um papel fundamental no estabelecimento das bases para uma nova estrutura de financiamento climático.”
Falando um dia após a Pré-COP – que foi a maior até o momento e contou com a participação de mais de 70 ministros e 100 delegados de países – Al Jaber se alinhou aos crescentes pedidos de reforma. Esses apelos incluem a Declaração de Nairóbi, lançada na Semana do Clima da África em setembro, que exigiu uma Carta Global sobre Financiamento Climático até 2025.
O presidente da COP28 lembrou que transferir o financiamento do MDB de uma abordagem projeto a projeto para plataformas nacionais era fundamental para os planos de sua Presidência de melhorar o acesso ao financiamento climático, garantindo que ele fosse acessível, econômico e disponível.
“Para que essa nova visão se torne realidade, precisamos que os MDBs trabalhem melhor juntos como um sistema, especialmente por meio de plataformas nacionais”, destacou. “Agora peço que vocês venham à COP com um forte anúncio conjunto sobre as plataformas nacionais e demonstrem o compromisso de trabalhar em conjunto”, disse o Al Jaber aos dirigentes dos bancos.
O presidente da COP28 também pediu que os bancos multilaterais de desenvolvimento “apresentem à COP metas financeiras conjuntas revisadas e mais ambiciosas para os próximos anos, especialmente para adaptação, refletindo a ambição necessária. Há uma necessidade crítica de que os MDBs aumentem seu financiamento para adaptação ─ e ampliem o financiamento climático para cobrir setores como alimentos, água, saúde, natureza e biodiversidade”, afirmou.
“Os MDBs também devem intensificar a mobilização do financiamento privado ─ com metas e metodologias para mobilizar esse financiamento, especialmente para a mitigação”, acrescentou.
O FMI também “terá um papel crucial na entrega do financiamento climático”, declarou Al Jaber, e deve mostrar “bom progresso” na COP28 sobre o Fundo de Resiliência e Sustentabilidade (RST) e apoiar a recanalização de direitos especiais de saque (SDRs) para os MDBs.
O presidente da COP28 também pediu a convocação de um fórum no próximo ano para avaliar o progresso da agenda de reforma dos MDBs. “Nos negócios, aprendi que medir o progresso é essencial para progredir”, disse ele.
Al Jaber ainda convidou os presidentes dos bancos multilaterais de desenvolvimento para um evento de alto nível no Dia das Finanças na COP28 sobre a reforma das instituições financeiras internacionais e os elogiou por seu apoio até o momento.
“Hoje, vocês demonstraram que juntos – por meio de ações conjuntas dos bancos multilaterais de desenvolvimento – podemos lançar as bases de uma arquitetura de financiamento climático que seja mais adequada à finalidade de abordar o clima e o desenvolvimento”, concluiu.
A reunião contou com a presença de Ajay Banga, presidente do Banco Mundial, Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMI, bem como de Dilma Roussef, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e ex-presidente do Brasil. Outros participantes foram os presidentes do Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), do Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (IDB), do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD), do Banco Europeu de Investimento (EIB), do Banco Islâmico de Desenvolvimento (IsDB) e do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB).