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O trio da missão Shenzhou-17 decolou a bordo de um foguete Longa Marcha 2F por volta das 11h da manhã no horário local (meia-noite no Brasil), do centro de lançamento de Jiuquan, no deserto de Gobi, no noroeste do país, de acordo com imagens exibidas pela televisão estatal CCTV.
Tang Hongbo, 48 anos, um ex-piloto da força aérea chinesa que já visitou a Estação Espacial Chinesa (CSS), subiu ao espaço ao lado de Tang Shengjie, 33, e Jiang Xinlin, 35. A idade média da tripulação é 38 anos, em comparação com os 42 anos da missão anterior. Esta é a sexta missão tripulada lançada pela China para sua estação espacial desde 2021.
Ao som da canção patriótica “Ode à Pátria”, os astronautas passearam sorridentes entre os espectadores, acenando antes de embarcar em um ônibus para a plataforma de lançamento.
Dezenas de funcionários do programa espacial, muitos dos quais vivem o ano todo na região de Jiuquan, assistiram ao lançamento e comemoraram o sucesso em torno de uma bandeira chinesa.
A espaçonave deve se acoplar ao módulo central da estação Tiangong (“Palácio Celestial”) “cerca de seis horas e meia” após a decolagem, disse o porta-voz do programa chinês, Lin Xiqiang, na quarta-feira. A estadia dos astronautas em Tiangong deve durar seis meses.
Sonho espacial
Essa experiência tem um valor inestimável para o gigante asiático, cuja ambição é enviar um astronauta chinês à Lua até 2030, um dos principais objetivos de um programa espacial que vem progredindo de forma constante há várias décadas.
A estação Tiangong, concluída no ano passado, assumiu sua aparência final em forma de T. Semelhante em tamanho à antiga estação russa Mir – colocada em órbita pela União Soviética – ela é, no entanto, muito menor do que a Estação Espacial Internacional (ISS). A versão chinesa deverá permanecer na órbita da Terra por pelo menos 10 anos.
Pequim foi parcialmente motivado a construir a própria estação devido à recusa dos Estados Unidos em permitir sua participação na ISS. Uma lei dos EUA aprovada em 2011 praticamente proíbe qualquer colaboração entre as autoridades espaciais americanas e chinesas.
A presidência de Xi Jinping tem ampliado os projetos ligados ao “sonho espacial” chinês. Há várias décadas, o gigante asiático investe bilhões de dólares em seu programa espacial militar, o que lhe permitiu avançar na recuperação do terreno perdido para os americanos e russos.
Robô em Marte
A China enviou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003, e a estação espacial Tiangong está totalmente operacional desde o final de 2022. As tripulações têm se revezado para manter uma presença contínua no laboratório em órbita, realizando experimentos científicos e testando novas tecnologias.
Em 2019, uma espaçonave chinesa pousou no lado oposto da Lua. Depois, em 2021, a China pousou um pequeno robô na superfície de Marte. A China planeja enviar sua primeira tripulação à Lua até 2030.
A estação base orbital de Tiangong possui equipamentos científicos de ponta, incluindo o “primeiro sistema de relógio atômico frio” para o espaço, de acordo com a Agência de Notícias da China.
A Tiangong está programada para operar na órbita baixa da Terra a uma altitude de 400 a 450 quilômetros por pelo menos 10 anos para permitir que a China mantenha uma presença humana de longo prazo no espaço.
Pequim não tem planos de usar a Tiangong para cooperação com outros países na mesma escala da Estação Espacial Internacional, mas diz que está aberta a possíveis colaborações, de escopo desconhecido.
(Com informações da AFP)