O Conselho de Segurança se reuniu nesta sexta-feira para uma sessão ministerial sobre a situação na Ucrânia. Este 24 de fevereiro marca um ano do início da invasão russa ao país.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou sua mensagem sobre o conflito, também apresentada na Assembleia Geral na quarta-feira.
Violação à Carta da ONU
Ele destacou que a invasão russa da Ucrânia é uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas e do direito internacional. Guterres repetiu seu apelo à Rússia para retirar as tropas da Ucrânia.
Para Guterres, essa pode ser “a pior guerra desde o início do século”, com consequências trágicas e impactos globais imprevisíveis.
Com um ano de conflito, ele citou desdobramentos como a destruição de infraestrutura civil e número crescente de vítimas aos choques econômicos e crise de refugiados e humanitária, que causam um cenário “infernal” à população.
Paz e proteção de civis
Ele pediu ainda o fim dos ataques às áreas civis e o acesso desimpedido e seguro para as equipes de ajuda humanitária.
O secretário-geral ressaltou a necessidade de suporte para a recuperação e reconstrução do país e lembrou importantes ações da ONU, como a missão da Agência Internacional de Energia Atômica em Zaporizhzhia para monitorar a segurança da maior instalação nuclear da Europa.
A Iniciativa de Grãos do Mar Negro já entregou mais de 20 milhões de toneladas de alimentos em mais de 700 navios, ajudando a controlar a alta dos preços em todo o mundo.
Caminho para paz justa e sustentável
Guterres lembrou que no ano passado, o Conselho realizou mais de 40 debates sobre a Ucrânia. Ele adicionou que “as armas estão falando”, mas que todos reconhecem que o caminho da diplomacia e da responsabilidade é o único para uma paz justa e sustentável.
O secretário-geral pediu que se evite uma nova escalada na violência e repudiou as ameaças do uso de armas nucleares.
Guterres diz que é preciso fazer todos os esforços significativos para acabar com o “derramamento de sangue” e dar uma chance à paz.
Números da guerra
Em seu discurso, o secretário-geral da ONU apresentou os principais impactos gerados pela guerra na Ucrânia:
- 40% da população precisa de ajuda humanitária – 17,6 milhões de pessoas
- Perda de 30% de vagas de emprego
- 40% dos ucranianos não possuem renda para comprar comida
- Mais de 8 milhões de refugiados e 5,4 milhões de deslocados internos – maior crise de deslocamento em décadas
- Mais da metade das crianças ucranianas foram forçadas a deixar suas casas, às vezes desacompanhadas e expostas ao risco de exploração, violência e abuso
- Destruição de infraestrutura civil – 700 instalações de saúde e 3 mil escolas
- Impacto na saúde mental de cerca de 10 milhões de pessoas, incluindo 7,8 milhões de crianças em risco de estresse pós-traumático
Paz alinhada com os princípios da ONU
Presente na sessão, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que as propostas de paz para o conflito devem estar alinhadas com as demandas feitas na resolução adotada nesta quinta-feira pela Assembleia Geral da ONU.
Ele pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra na Ucrânia, que foi seguido pelo pedido do embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, que solicitou uma homenagem aos mortos em seu país.
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