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“A União Europeia espera continuar a aprofundar a nossa parceria estratégica com a Índia. Os nossos continentes devem cooperar nos desafios globais mais prementes: as mudanças climáticas, a paz e a segurança, e a luta contra a pobreza”, escreveu Michel na rede social X.
Em Nova Delhi, foi anunciada a formação de um acordo governamental. “Todos escolhemos por unanimidade o respeitado líder da Aliança Democrática Nacional (NDA), Narendra Modi, como nosso comandante”, diz o comunicado de imprensa desta aliança composta por pequenos partidos, publicado pelo partido nacionalista hindu BJP.
“O governo da NDA, sob a liderança de Modi, está empenhado em servir os pobres, as mulheres, os jovens, os agricultores e os cidadãos explorados, desfavorecidos e oprimidos da Índia”, acrescenta o documento.
Os 15 partidos aliados totalizam 293 assentos no Parlamento indiano, representando, portanto, a maioria.
“Isso forçará Modi a adotar pontos de vista dos outros – veremos mais democracia e um parlamento saudável”, analisa Nilanajan Mukhopadhyay, autor de uma biografia do primeiro-ministro. “Ele terá que ser o líder que nunca foi. Veremos um novo Modi,” acredita.
De acordo com a mídia indiana, o primeiro-ministro deve prestar juramento no sábado (8).
“A Índia derrota Modi”, foi a manchete do diário The Telegraph nesta quarta-feira. O jornal online Mint zombou de “The Karma Coalition”.
Cerca de 642 milhões de indianos votaram nesta eleição organizada ao longo de seis semanas.
O dirigente de 73 anos comemorou a vitória na noite de terça-feira (4), afirmando que o resultado das eleições lhe permitirão continuar com seu programa, enquanto seus apoiadores celebravam o acontecimento em todo o país.
“O país escreverá um novo capítulo no seu desenvolvimento”, disse Modi a uma multidão entusiasmada na capital, Nova Delhi.
O BJP conquistou 240 assentos no Parlamento, 32 abaixo da maioria absoluta e significativamente abaixo dos 303 conquistados em 2019.
Contra todas as expectativas, o Congresso, o principal partido da oposição, conquistou 99 assentos, quase duplicando seu resultado de 2019 (52 assentos). O presidente do partido, Mallikarjun Kharge, disse que o resultado da votação foi um voto contra Modi “e a substância e o estilo de suas políticas”.
“O país disse a Narendra Modi: ‘Não queremos você'”, disse o líder da oposição Rahul Gandhi, reeleito com folga no distrito eleitoral de Wayanad, no sul.
A maioria dos analistas e das sondagens previam o triunfo de Narendra Modi, acusado pela prisão de líderes da oposição e por desprezar os direitos das minorias religiosas, incluindo mais de 200 milhões de indianos muçulmanos.
A minoria muçulmana manifestou preocupação com seu futuro e com o da Constituição secular da Índia, que a agenda nacionalista hindu pode ameaçar.
Mesmo no seu círculo eleitoral de Varanasi, o primeiro-ministro foi reeleito com uma margem muito menor de votos do que há cinco anos. Agora dependente dos seus aliados da coligação, o BJP terá de procurar consenso para que os seus textos sejam votados no Parlamento.
De acordo com Hartosh Singh Bal, jornalista político da revista The Caravan, Modi deve agora “trabalhar com os seus parceiros (…) que podem retirar-se a qualquer momento”.
Outras reações internacionais
A China parabenizou a coligação liderada por Narendra Modi, e disse que estava “pronta para trabalhar” com a Índia.
Na Rússia, o presidente Vladimir Putin telefonou para Modi e “felicitou-o calorosamente”, segundo o Kremlin.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, desejou ao seu homólogo indiano “tudo de bom”, segundo Downing Street.
Os Estados Unidos disseram que ansiavam por “continuar a (sua) parceria com o governo indiano para promover a prosperidade e a inovação, enfrentar a crise climática e garantir uma região Indo-Pacífico livre e aberta”.
(Com AFP)