As eleições legislativas italianas, realizadas neste domingo (25), deram a vitória ao partido de Irmãos da Itália, liderado por Giorgia Meloni, que será a próxima primeira-ministra do país. O partido consolidou-se como maior força política, com 26% dos votos válidos.
“Se fomos escolhidos para governar este país, nós o faremos por todos os italianos, com a vontade de unir o povo e de nos concentrarmos naquilo que nos une, e não naquilo que nos divide”, disse ela, em um discurso logo após o anúncio dos resultados. “Chegou a hora da responsabilidade.”
Apuradas 99% das urnas, a aliança de direita dirigida pelo partido de Meloni contabiliza mais de 43% dos votos, além da maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. A coalizão é formada pelos aliados de extrema-direita do partido Liga, de Matteo Salvini, e Força Itália, do conservador Silvio Berlusconi, que tiveram, respectivamente, 9% e 8% dos votos. O Partido Democrático (PD), principal formação de esquerda, teve 19% dos votos. Por sua vez, o Movimento 5 Estrelas obtiveram cerca de 17% dos votos.
No sistema eleitoral italiano, o primeiro-ministro é nomeado pelo presidente da República, com a aprovação do Parlamento. É ele o chefe de Governo, quem nomeia e preside o Conselho de Ministros e, portanto, detém os atos do poder Executivo.
Conforme a RFI, a ascensão vertiginosa de Giorgia Meloni se deve em grande parte ao fato de ela ter sido a única que se opôs ao governo do economista Mario Draghi por 18 meses, que sofreu um desgaste provocado pela inflação, a guerra e as restrições durante a pandemia.
A líder de 45 será a primeira mulher a liderar o governo na Itália. Juntamente com seus aliados, ela promete cortes de impostos além de uma política familiar ambiciosa para aumentar a taxa de natalidade em um dos países com mais idosos no mundo.
O novo governo tomará posse no fim de outubro e terá um caminho cheio de obstáculos e sem muita margem de manobra. Terá que administrar a crise causada pela inflação galopante, enquanto a Itália já está à beira de um colapso com uma dívida que representa 150% do PIB, a mais alta da zona do euro, atrás da Grécia.
* Com informações de RFI.
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