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O principal prêmio do Festival de Cinema de Veneza, o Leão de Ouro, foi entregue à diretora americana Laura Poitras, pelo documentário “All The Beauty and the Bloodshed” (toda a beleza e o derramamento de sangue, em tradução literal). O brasileiro Pedro Harres levou o Grande Prêmio do Júri em mostra paralela com o curta “From the main square”.
O filme de Poitras traz um perfil da fotografa americana Nan Goldin, que ficou conhecida por suas crônicas fotográficas e íntimas do mundo underground de Nova York nos anos 1980-1990, marcado pelas drogas e pela fúria da Aids. O documentário traz também Goldin como ativista em campanha contra a família Sackler, ligada ao setor farmacêutico, mergulhada em um escândalo de um analgésico altamente viciante e que teria matado mais de 400 mil pessoas, segundo o documentário.
Laura Poitras ganhou o Oscar de documentário em 2015, por “Citizenfour”, produzido junto com Edward Snowden, ex-analista de sistemas que tornou públicos detalhes de vários programas que constituem o sistema de vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA.
O festival também concedeu um prêmio especial do júri ao iraniano Jafar Panahi, preso em seu país desde julho, por “No Bears”.
A cineasta francesa Alice Diop venceu em duas categorias, ganhando o Grande Prêmio do Júri e o Leão do Futuro (para o primeiro longa-metragem) por “Saint Omer”.
Cate Blanchett levou o prêmio de melhor atriz, por sua atuação como tirânica maestra de orquestra em “Tár”, de Todd Field.
O melhor ator foi Colin Farrell, em “The Banshees of Inisherin”, de Martin McDonagh. O trabalho do irlandês já é cotado como forte concorrente ao Oscar do ano que vem.
Presenças brasileiras
O brasileiro Pedro Harres levou o Grande Prêmio do Júri na seção paralela Venice Immersive, dedicada à Realidade Virtual, com o curta “FROM THE MAIN SQUARE”.
O filme “A Noiva”, do diretor brasileiro Sérgio Tréfaut, participou da seção “Horizontes”. “A Noiva”, que realiza sua estreia mundial em Veneza no dia 9 de setembro, é uma ficção inspirada em histórias reais de meninas europeias que se casaram com jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), e foi filmada no Curdistão iraquiano.