O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursou na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (21). Foi sua primeira declaração no palco maior da diplomacia mundial após ter assumido o cargo. Ele abriu os debates dos chefes de Estado rejeitando ‘nova Guerra Fria’ e pediu em cooperação internacional para enfrentar a pandemia de Covid-19.
Com mais de meia hora de duração, seu discurso fez acenos ao multilateralismo e à cooperação internacional e, mesmo sem citar nenhum país em específico, falou sobre usar o poder,
“Nós não estamos buscando – e eu repito, nós não estamos buscando – uma nova Guerra Fria, ou um mundo dividido em blocos rígidos”, afirmou. O presidente norte-americano também enfatizou que pretende tratar em conjunto com seus pares diversas agendas prioritárias, como o combate à pandemia da covid-19 e as mudanças climáticas.
“Bombas e balas não servirão para defender o mundo da Covid-19 e de suas variantes”, lembrou, destacando que a pandemia gerou em toda a humanidade “luto compartilhado”, defendeu as vacinas e lembrou as doações de doses pelos EUA a outros países, incluindo as 130 milhões de doses do imunizante da Pfizer, entregues ao sistema Covax, das Nações Unidas.
“O luto compartilhado é um lembrete de que nosso futuro coletivo está associado à nossa capacidade de reconhecer nossa humanidade em comum e de agirmos juntos”, assegurou, destacando que o futuro coletivo depende da capacidade de agir em conjunto agora. “A próxima década deve ser uma década decisiva, que literalmente determinará nossos futuros”, assegurou.
Biden defendeu ainda a criação de um novo mecanismo de financiamento à saúde, prevendo que o mundo terá de lidar com outras pandemias.
Outro tema enfatizado pelo democrata é a pauta ambiental. Como já havia feito em outros discursos, diante das lideranças mundiais reunidas em Nova York, afirmou que os EUA vão dobrar o financiamento contra as mudanças climáticas. Nesse sentido, destacou a importância das decisões que serão tomadas na COP 26, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, prevista para novembro, em Glasgow, Escócia.
O mandatário americano acredita que o mundo está diante de um “ponto de inflexão” e que somente o diálogo entre países trará oportunidades de solução.
Na porção final do discurso, defendeu a saída dos EUA do Afeganistão e o fim da guerra travada há 20 anos, Ele reconheceu, porém, os riscos ainda existentes do terrorismo. “Terminamos 20 anos de conflito no Afeganistão, e estamos abrindo uma nova era de forte diplomacia, de uso do poder do desenvolvimento para investir em novas formas de ajudar os povos mundo afora”, asseverou
Sem dar maiores detalhes sobre a quais países se referia, avaliou que “Um dos mais importantes jeitos para realmente melhorar a segurança e evitar violência é melhorar a vida das pessoas do mundo que percebem que seus governos não estão atendendo a suas necessidades”.
O presidente dos EUA deixou bem clara a importância do Indo-Pacífico — região que abarca países na Ásia e na Oceania – que Washington tem tratado como essenciais diante dos avanços comerciais e militares da China. Novamente sem ser específico, evitando mencionar diretamente a China ou a Rússia, Biden afirmou que “não buscamos uma nova Guerra Fria nem um mundo dividido entre blocos”, mas fez um contraponto que é visto como um recado claro a ambos: “Os EUA vão competir vigorosamente e liderar de acordo com nosso valores e nossa força. Vamos nos posicionar com nossos aliados e se opor a tentativas de países mais fortes em dominar os mais fracos”.
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