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A Polônia celebrou, no dia 3 de maio, o aniversário da adesão da Constituição de 1791, uma das primeiras Constituições Modernas do mundo, e a primeira Constituição Democrática da Europa. O marco histórico promoveu a garantia das liberdades civis, liberdade de religião e autoridade tripartita, valores fundamentais para o povo polonês.
Em Brasília, a ocasião foi celebrada pela Embaixada da Polônia no Brasil na noite de terça-feira (14), reunindo embaixadores, membros do corpo diplomático, autoridades do Governo Brasileiro, imprensa e amigos da Polônia.
A solenidade contou com o discurso da Embaixadora polonesa no Brasil, Bogna Janke; do Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski, e da Secretária de Europa do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luisa Escorel. Ao final dos discursos, os convidados apreciaram um delicioso jantar típico polonês.
Bogna Janke, Embaixadora polonesa, destacou em sua fala a grande comunidade de descendentes de imigrantes poloneses no Brasil que hoje conta com cerca de 2 milhões de pessoas e os valores que seu país compartilha com o Brasil, como “respeito aos valores cristãos, experiências históricas, o orgulho pela nação e o desejo de participar na tomada de decisões de questões globais. “Além disso, a Polônia e o Brasil foram unidos pelo Papa Polonês João Paulo II que visitou o Brasil três vezes”, acrescentou.
“O Brasil foi o primeiro país da América Latina a reconhecer a independência da Polônia, e com isso, as relações entre os países são antigas e dinâmicas, havendo um grande interesse na colaboração entre ambos os lados”, prosseguiu Janke. A diplomata ressaltou que o objetivo da sua missão no Brasil é fortalecer as relações políticas entre os países e criar condições para intensificar a cooperação econômica.
A Polônia executa sua política externa em relação ao Brasil em cooperação com a União Europeia, bloco do qual o país é membro há 20 anos. A adesão da Polônia à UE resultou em um balanço altamente positivo em termos políticos, econômicos e sociais, fazendo da Polônia um país moderno, estável e seguro, cuja economia “está avançada como nenhuma outra na Europa”, disse a Embaixadora. O país vive uma era de ouro do desenvolvimento e, conforme as previsões do Fundo Monetário Internacional, ainda este ano, a economia polonesa deve crescer 3,1%.
“No próximo ano, o PIB da Polônia valerá 1 trilhão de dólares, e sem a nossa adição à União Europeia, não teríamos esse milagre econômico ”, enfatizou Janke. A partir de janeiro de 2025, a Polônia assumirá a presidência do Conselho da União Europeia, e uma das prioridades, segundo a diplomata, será expandir o bloco para incluir a Ucrânia, a Moldávia e os países balcãs e ocidentais”.
Janke concluiu seu discurso prestando solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, estado em que esteve recentemente, ondepôde conhecer brasileiros com ancestralidade polonesa.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski, como descendente direto de poloneses, disse estar honrado em ter sido um dos convidados de honra da celebração e realçou a importância de Constituição Polonesa que exerceu uma influência paradigmática positiva, não só para a Polônia, como também para muitos outros países que a tiveram como exemplo.
Falou também sobre a Constituição Brasileira de 1824, promulgada dois anos depois da independência do Brasil pelo Imperador Dom Pedro I. A primeira Carta Magna brasileira garantia a unidade territorial, e instituía a divisão do governo em quatro poderes e estabelecia o voto censitário. “Depois dessa Constituição, tivemos mais seis no Brasil, até chegarmos na de 1988, sob a qual vivemos até os dias de hoje”.
“Isso nos une, isso nos traça um caminho comum e isso faz com que nós tenhamos um futuro de tranquilidade, de paz e de segurança e que permite uma relação duradoura entre esses dois países irmãos”, adicionou Lewandowski.
Concluiu sua fala, reforçando que o Brasil e a Polônia têm muito em comum, “não apenas interesses econômicos e culturais, mas também valores e princípios que vamos compartilhar e que já compartilhamos há muito tempo. Longa vida aos ideais democráticos e republicanos brasileiros”, desejou o Ministro.
Última a discursar, a Secretária de Europa do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luisa Escorel, focou nas relações entre os países. “Estabelecidas em em 1920, o relacionamento entre Brasil e Polônia, desde então, tem sido intenso no diálogo político e na cooperação. Apesar da distância geográfica e linguística que nos separam, os vínculos humanos e culturais que nos unem são ainda mais antigos que as relações diplomáticas oficiais. Em 2019, celebramos com eventos cívico-culturais, dos dois países, os 150 anos da imigração polonesa no Brasil”, disse.
Recordou também a importante contribuição de migrantes poloneses e de cidadãos brasileiros de origem polonesa em diferentes áreas, como teatro, artes plásticas e literatura, como o escritor Paulo Liminski que tanto contribuíram para o desenvolvimento da riqueza cultural brasileira.
“Nos âmbitos político e econômico, Brasil e Polônia vêm desenvolvendo uma relação mutuamente benéfica. Esperamos realizar em breve, em Varsóvia, a nova edição do Mecanismo Bilateral de Consultas Políticas, momento em que poderemos repassar os principais temas de interesse público”, informou Escorel.
A Secretária lembrou também que o Brasil é o maior parceiro comercial da Polônia na América Latina e que nos últimos 10 anos, as trocas comerciais entre os países cresceram mais de 240%, atingindo 2,6 bilhões de dólares americanos em 2023.
Para finalizar, Escorel reiterou seus votos de paz e prosperidade ao governo e ao povo poloneses, e desejar que as duas nações estejam cada vez mais próximas, trabalhando no compromisso comum de defesa da democracia, fortalecimento dos direitos humanos e promoção da justiça social.