O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, tomou posse nesta segunda-feira (4). Ele inicia um segundo mandato, com duração de cinco anos. O país vivencia o aumento dos conflitos na região de Tigré, norte do país.
Eleirpo pelo Partido da Prosperidade, Abiy obteve uma grande vitória nas eleições de junho. Na cerimônia oficial de posse, prestou juramento diante da presidente da Suprema Corte, Meaza Ashenafi.
A guerra civil em Tigré já fez milhares de vítimas. Também deixou centenas de milhares enfrentando a fome, segundo a ONU. Os combates se espalharam para as regiões vizinhas de Afar e Amhara.
A ONU classificou a situação em Tigré como um bloqueio humanitário de fato, que pode provocar fome em larga escala. Em junho, o Programa Alimentar Mundial anunciou que 5,2 milhões de pessoas, mais de 90% da população da região de Tigré, necessitava de assistência alimentar de forma urgente por causa do conflito. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) calcula que mais de 100.000 crianças poderão sofrer de desnutrição aguda potencialmente mortal nos próximos 12 meses. É um número 10 vezes maior que a média anual.
A situação tem ofuscado o prestígio do mandatário, vencedor do prêmio Nobel da Paz de 2019, que em seu primeiro mandato realizou reformas políticas radicais. O premiê etíope afirmou que o país vai iniciar um “diálogo nacional inclusivo que inclui todos os que acreditam numa discussão à mesa”. Mesmo assim, o conflito que está prestes a completar um ano tem enfraquecido a economia nacional e não há previsão de uma paz a curto prazo.