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No ano passado, o presidente da China, Xi Jinping, fez mais de 80 ligações telefônicas e reuniões virtuais com líderes estrangeiros, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, líderes na Europa e chefes de organizações internacionais. O interlocutor mais frequente foi seu homólogo russo Vladimir Putin.
Ma Xiaolin, professor da Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang, disse que tal “diplomacia da nuvem”, focada em encontros virtuais tornou-se uma nova forma de os líderes mundiais se comunicarem em um momento em que a pandemia impede as pessoas de se encontrarem cara a cara.
Avaliando o desempenho da diplomacia chinesa no ano passado, o Conselheiro de Estado e Ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, acredita que ela está mais forte. De fato, a China deu um bom exemplo de solidariedade contra a pandemia COVID-19 por meio de maior cooperação internacional, erguendo a bandeira do verdadeiro multilateralismo, destacou.
À medida que a pandemia se intensificou no decorrer do ultimo ano, a cooperação contra o novo coronavírus continua sendo uma prioridade para a comunidade internacional. Na Cúpula de Saúde Global e demais eventos das Nações Unidas, promovendo reuniões bilaterais virtuais, Xi defendeu a Iniciativa de Ação de Cooperação de Vacinas Globais para reunir esforços mundiais para combater à crise sanitária.
Nesse período, o governo chinês se comprometeu em fornecer US$ 3 bilhões em ajuda internacional nos próximos três anos no apoio ao combate à COVID-19, programas de recuperação econômica e social nos países em desenvolvimento. Até agora, foram quase 2 bilhões de doses de vacinas doadas pela China para mais de 120 países, bem como organizações internacionais.
Outro ponto alto de 2021 foi durante a 76ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, quando Xi apresentou oficialmente a Iniciativa de Desenvolvimento Global, que visa melhorar o bem-estar de todas as pessoas e promover o desenvolvimento humano integral.
Essa iniciativa recebeu apoio de agências da ONU e de muitas outras organizações internacionais, juntamente com cerca de 100 países, explica Wang.
A China também apoiou e promoveu ativamente a implementação da Parceria Econômica Global Regional, que entrou em vigor no início do ano passado. A parceria resultará na área de livre comércio mais promissora do mundo, com potencial para atender o maior número de pessoas.
Voz ouvida pelo mundo
Zhao Suisheng, professor da Escola de Estudos Internacionais da Universidade de Denver e diretor do Centro de Cooperação China-EUA, disse que, ao se consolidar como a segunda maior economia do mundo, a política externa da China, suas preocupações e posições, passaram a ser mais respeitadas, assim como suas propostas para questões internacionais e reforma do sistema de governança mundial.
Ainda segundo Zhao, os chineses defendem que existe apenas um sistema internacional a ser respeitado, com a ONU em seu núcleo. A ordem internacional, sustentada pelo direito internacional, que norteia as relações internacionais é suportada pela Carta das Nações Unidas.
“A diplomacia dos chefes de Estado é uma forma importante e insubstituível de fazer a voz da China ser ouvida pela comunidade internacional, porque essas interações de alto nível geralmente discutem uma ampla gama de tópicos estratégicos”, concluiu o professor da Escola de Estudos Internacionais.
Por sua vez, Ruan Zongze, vice-presidente executivo do Instituto de Estudos Internacionais, defende que a China “sempre foi um construtor da paz mundial, um colaborador para o desenvolvimento global e um defensor da ordem internacional”. O especialista acrescenta que “no ano passado, a China fez o possível para ajudar outros países e enfrentar, em conjunto, os desafios enfrentados por toda a humanidade como um grande país responsável”. A diplomacia chinesa “ajuda o desenvolvimento em todo o mundo”, defende analista, lembrando dos investimentos em infraestrutura em dezenas de países, dentro da Iniciativa Cinturão e Rota, que inclui ferrovias, portos, além de soluções de mobilidade e energéticas.
Forte determinação
Observadores disseram que a diplomacia da China no ano passado mostrou forte determinação. Yu Jiang, vice-presidente do Instituto de Estudos Internacionais da China, entende que “Por meio dos frequentes telefonemas e reuniões virtuais com líderes estrangeiros, Xi impulsionou ativamente a cooperação em todos os campos com outros países e promoveu a construção de um novo tipo de relações internacionais com respeito mútuo, justiça e cooperação onde todos ganham”.
Um exemplo foi a restauração dos laços com a Nicarágua, elevando para 181 o número de países que mantêm relações diplomáticas com a China e consolidando ainda mais o consenso internacional sobre sua política externa.
De acordo com Wang, a China tem promovido um crescimento geral estável de suas relações com outros países e blocos econômicos, em face da profunda evolução do cenário internacional.
O estudioso assegura que, no ano passado, a diplomacia da China avançou em um ambiente internacional volátil, mantendo a confiança nas interações entre as principais potências e obteve uma sucessão de conquistas.
* Traduzido e adaptado de China Daily.