Os americanos pararam num misto de tristeza e de reflexão neste domingo, no 21º aniversário do ataque terrorista mais mortal da história dos Estados Unidos, a 11 de setembro de 2001, quando quatro aviões de passageiros sequestrados por terroristas da Al-Qaeda mataram quase três mil pessoas.
O Presidente Joe Biden marcou o momento com uma cerimônia solene no Pentágono, onde os terroristas lançaram um avião junto de um dos cinco lados do prédio do Departamento de Defesa nos arredores de Washington, provocando a morte de 184 pessoas.
“Vinte e um anos, e mantivemos essa promessa de nunca esquecer”, disse Biden às pessoas presentes, num dia chuvoso.
“A história americana mudou naquele dia, mas nunca mudaremos o carácter da nação”, acrescentou Biden, reiterando que a determinação do país contra os terroristas estrangeiros “nunca vacilou”.
O Presidente citou o ataque do comando dos EUA em 2011 que matou o mentor do 11 de setembro, Osama bin Laden, no Paquistão e o mais recente ataque com drones que Biden ordenou para matar o novo líder da Al-Qaeda, Ayman. al-Zawahiri, na capital do Afeganistão, Cabul.
Joe Biden disse que os Estados Unidos “nunca hesitarão em fazer o que for preciso para defender o povo americano”.
A vice-Presidente, Kamala Harris, e o marido, Doug Emhoff, visitaram o marco zero em Nova Iorque, onde testemunharam a tradicional leitura dos nomes de todas as vítimas dos ataques, enquanto a esposa de Biden, a primeira-dama Jill Biden, visitou um memorial em Shanksville, Pensilvânia.
Quarenta pessoas morreram numa área rural do Estado da Pensilvânia, depois que um avião caiu num campo.
Os passageiros invadiram a cabine do avião e tentaram inutilmente dominar os sequestradores que haviam comandado o avião e que procuravam chegar a Washington para outro ataque à capital.
Outras comunidades em todo o país marcaram o dia com vigílias à luz de velas, serviços inter-religiosos e outras comemorações.
Alguns americanos juntaram-se a projetos voluntários num dia reconhecido pelo Governo federal como Dia do Patriota e Dia Nacional de Serviço e da Recordação.
Os ataques estimularam uma “guerra ao terror” nos campos de treinamento da Al-Qaeda no Afeganistão, uma guerra que durou duas décadas antes de Biden retirar as últimas tropas americanas há um ano, numa saída caótica enquanto os insurgentes do Talibã assumiram o controle do país, que eles controlavam por ocasião de 11 de setembro de 2001.
O ataque de há 21 anos promoveu um sentimento nacional de união e de determinação patriótica nos EUA contra um inimigo comum, o grupo terrorista que executou o ataque inimaginável.
Agora, embora muitos americanos tenham parado para um momento de reflexão sobre o aniversário do ataque, o país há muito se dividiu politicamente, numa série de temas domésticos, como integridade eleitoral, aborto, mudanças climáticas, direitos de voto e muito mais.
Enquanto isso, o país se afastou da participação direta nas guerras no exterior, mesmo que o Governo dos Estados Unidos tenha enviado bilhões de dólares em armamentos para a Ucrânia para ajudar na luta de Kiev contra a invasão da Rússia, agora no seu sétimo mês.
Em casa, os Estados Unidos enfrentam uma crescente ameaça de violência, às vezes de extremistas de direita irritados com a derrota do ex-Presidente Donald Trump na reeleição em 2020, às vezes de protestos de rua contra o tratamento policial de minorias raciais.
O Presidente Biden observou que, em 2001, após os ataques terroristas, “cavávamos fundo, nos importávamos uns com os outros, um verdadeiro senso de unidade nacional”.
Agora, ele disse: “Não há nada que esta nação não possa realizar quando estamos juntos. Não basta defender a democracia uma vez por ano. Vamos garantir nossa democracia uns com os outros”, concluiu o presidente.
* Com informações de Voz da América (VOA).